segunda-feira, 30 de julho de 2007
Fórmula 1 em Portugal. Será?
Foi lançado este fim-de-semana uma série de projectos de interesse público no Algarve, na área do Turismo. Pelos vistos, vai duplicar a oferta turística de Cinco Estrelas naquela região. Estes projectos têm impactos negativos (a nível ambiental e ecológico), mas mais importante que isso, criam riqueza e empregos, com um impacto muito menor e de forma muito mais agradável e "glamourosa" que uma(s) fábrica(s).
Depois de anos de construção louca e desordenada, vocacionada para um turismo de massas e economicamente débil, vejo que este projectos podem tornar o Algarve um local mais agradável, rentável e reconhecido internacionalmente.
Infelizmente não faço parte dos potenciais clientes de um Resort de Cinco Estrelas, mas prefiro que se construa uma coisas dessas que mais umas torres de apartamentos manhosas para tipos como eu em Quarteira ou Armação de Pera. É que isto sim, faz o país crescer!
Voltando à aposta no Algarve, tenciona-se construir na zona de Portimão um Autódromo Internacional com a capacidade de receber provas internacionais de automobilismo, especialmente a Fórmula 1.
Para quem não sabe, a Fórmula 1 é um "circo" que arrasta tanta gente e tantos meios que na região de Lisboa e Costa do Estoril, na época que tínhamos cá provas (Até 1996), todos os hotéis, pensões, tascas e restaurantes da zona estavam cheios de gente, muitos deles estrangeiros, "a largar a nota". Claro que também aumentava o trânsito exponencialmente na zona de Cascais e Estoril, os carros faziam muito barulho, etc..., mas as vantagens eram infinitivamente maiores que as desvantagens.
O Autódromo do Estoril nunca foi devidamente terminado. Passados 35 anos da sua inauguração, continua a ser uma pista desconfortável e que verdadeiramente nunca foi acabada. Tem um belo traçado, mas com aquelas condições e acessos era impossível receber uma prova daquela envergadura.
Então surge a hipótese Algarve. Zona com uma oferta turística cada vez melhor, com bons acessos, conhecida internacionalmente, recebeu com sucesso o Rallye de Portugal como prova a contar para o Mundial, com extremo sucesso. Não podemo-nos esquecer da caravana do Dakar, também. Daí a considerar-se construir um circuito é um passo. E que passo! É uma daquelas coisas que só traz vantagens e deve ser encarado como um projecto de empenho nacional, e não apenas do Algarve.
Vai ficar no sítio da Pereira, na freguesia da Mexiolheira Grande, concelho de Portimão (para mim o melhor local do Algarve para estas coisas). Vai ter condições para receber todas as provas internacionais de automobilismo e motociclismo - e será construído nos padrões do que de melhor se faz a nível internacional. Com isto temos de receber provas nos calendários nacional, espanhol e internacional para viabilizar a pista, sendo a Fórmula 1 a cereja no topo do bolo. Notícia mais pormenorizada no site do jornal Autosport.
E aí surgem os novos "Velhos do Restelo": Segundo o jornal do Algarve, já surgiu um grupo de cidadãos ambientalistas que são contra o Autódromo. Eu não vou estar agora a discutir as razões de um lado e de outro, e não tenho dúvidas que o projecto vá para a frente, mas estes tipos são mesmo irritantes. A notícia surge no Jornal do Algarve.
Eles às vezes têm razão, mas quando não têm são mesmo chatos.
O que eles não sabem (ou não querem saber) é que no exemplo do Autódromo do Estoril, o mesmo é reconhecido como um tampão que impede a construção desmesurada no eixo Cascais/Sintra. Ou seja, se não fosse a pista, hoje aquela zona seria ainda mais intragável do que é, o que seria uma pena. O mesmo aconteceria naquela região do Algarve - não tenho dúvidas.
Esta situação faz-me lembrar quem aqui em Setúbal fala de Tróia. Mas isso é para outra vez.
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